quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sobreviva - Parte 1

Você está na selva. Sobreviva!
No meio da vegetação, um par de olhos busca seu alvo. A escolha é feita meticulosa e cientificamente. Tenta-se identificar um espécie mais velho, ou doente. Uma vez identificado, a aproximação deve ser feita com todo o cuidado. A cada passo, a mente faz cálculos complexos. O caçador conhece exatamente o ponto onde mais alguns centímetros esgueirando-se trazem um grande risco de ser percebido, então é hora de atacar. Ele checa o equipamento. Músculos especialmente projetados para uma explosão de velocidade e eficiência a curta distancia. Garras afiadas prontas a penetrar a carne do oponente. Presas desenhadas para perfurar e rasgar músculos e veias.

E o caçador ataca. Sua mente está fixa no que o instinto e seus pais o ensinaram. Uma vez que escolha seu alvo, mantenha-se fixo nele. Ataque o quarto dianteiro, mire no pescoço. Cuidado com os cifres e com o estouro da manada.
E ainda sim, algumas vezes o caçador falha e volta para casa de mãos, ou melhor, de boca e patas vazias. No caso do Guepardo, sua taxa de sucesso é de uma cada dez tentativas.
Ele desiste? Nunca. Ele tenta de novo. Até porque seu corpo também se adaptou para suportar longos períodos sem comida.
Adapte-se ou morra.
A lei as selva não admite meio-termo. Sobrevive aquele que está mais bem-preparado para enfrentar as constantes mudanças daquilo que o envolve. Se chover de menos, ele sabe se virar.
No caso de uma *hecatombe nuclear o mundo será entregue, literalmente, às baratas.
Que não podem não ser os mais simpáticos membros da fauna, mas são mestres na arte de adaptar-se. De jogar com qualquer carta que apareça. E sobreviver.


As Rainhas da adaptação há milhões de anos.



*A hecatombe nuclear é o glorioso ponto final da saga humana.

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