quinta-feira, 15 de março de 2012

Como você perdeu seu cérebro – e o que fazer para consegui-lo de volta

                 Sim, é verdade. A maioria dos profissionais de hoje perdeu os cérebros. Alguns ainda tentam encontrá-los, fazendo um esforço que muitas vezes é em vão, enquanto outros já estão tão acostumados a ficar sem ele, que nem percebem a sua falta.
Tudo começou há alguns anos, com a invenção da internet. No começo, nós não percebíamos os
sintomas, mas, olhando em retrospecto, eles já estavam lá. Começamos a correr como baratas tontas de um lado para o outro, entrando em uma página e outra na rede, checando e-mails a cada cinco segundos, tirando o celular da bolsa ou do bolso no momento em que nos sentamos para almoçar, olhando a previsão do tempo para a praia no final de semana, vendo o que o seu amigo da 4ª série fez antes de ontem e a nova piada que seu vizinho postou em alguma rede social.

Para lidar com a falta de tempo, criamos na agenda listas de “a fazer”, “realmente a fazer” e “urgentemente a fazer”. Se antes passávamos 15 minutos surfando em ondas eletrônicas, hoje ficamos até nossos dedos ficarem enrugados na água cibernética.
Passamos a ficar ocupados demais para realizar um projeto importante ou para dar atenção a alguém especial. Ocupados demais para levantar e olhar pela janela que está ao nosso lado, pois estamos abrindo muitas outras janelas, só que virtuais. Blogando, tuitando, “facebookeando”, procurando, checando, olhando... olhando...
O tempo passou a se evaporar diante dos nossos olhos. Ninguém mais teve tempo para coisa alguma. Ao fim do dia, nossa lista de “a fazer” tinha mais coisas do que no começo dele. Não conseguimos alcançar absolutamente nada, mesmo tendo trabalhado o dia todo.
Nesse turbilhão de atividades, nosso objetivo principal passou a ser sair vivo disso tudo, com o mínimo possível de sequelas. Boiamos sobre as coisas. E para termos a sensação de que não estamos perdendo nenhum minuto do tempo tão precioso que temos, tentamos agilizar a situação enquanto esperamos por uma consulta médica, ou em um almoço com os amigos, ou enquanto o sinal de trânsito está vermelho.
Ficamos todos doentes, sem conseguirmos nos desconectar do mundo virtual. Aí, para anestesiar, envolvemo-nos com joguinhos tão ingênuos quanto perigosos. Ah, a diversão tão necessária, aqueles pequenos prazeres de jogar um pouquinho para descontrair nas horas vagas. Horas vagas? Não, você não tem horas vagas... mas mesmo assim você começou a inventar algumas só para poder olhar se a sua cidade virtual tinha crescido. Afinal, você passa tanto tempo trabalhando que merece um descansinho.
             Se nossos ancestrais pudessem ver o que fazemos hoje em um dia, certamente falariam que isso não é vida, que isso é uma prisão. E como poderíamos discordar? Nessa certeza reside uma verdade ainda pior. Muito pior. Porque, além de nos tornarmos prisioneiros, perdemos também nossos cérebros. Algo que costumava ser a máquina mais potente entre todas já vistas, que nos fazia sonhar e ir atrás de nossos sonhos, produzir, fazer e acontecer.

Antes de me chamar de louco, pense sobre isso por um instante. Diga-me como é o seu dia hoje. Quanto tempo você passa em frente ao computador, no celular, no iPad, em frente à televisão? Muito? Então me desculpe, mas você também pode estar perdendo o seu cérebro.
E não sou só eu que estou falando. Existe, atualmente, uma tonelada de pesquisas provando que a internet tem mudado o nosso cérebro. Estamos perdendo nossa capacidade de concentração. Quanto mais ficamos on-line, mais desatentos nos tornamos. Até tentamos, mas não pensamos de verdade – pelo menos não profundamente.
Perdemos nossa memória aos poucos, ficamos esquecidos. Aí dizemos para nós mesmos que é porque temos muitas coisas para fazer, e é impossível nos lembrarmos de tudo. Mas a verdade é que nos esquecemos porque fazemos as coisas com pouca ou nenhuma atenção. Estamos vivendo no modo automático.
Também estamos perdendo nossa capacidade de criação. Quando estamos nesse lamaçal, não conseguimos ter novas ideias e pensamentos ricos. Como nosso cérebro está sendo bombardeado a todo momento com informações, ele está muito ocupado tentando processar todas elas. Não sobra tempo ou espaço para coisas importantes, como ser produtivo no trabalho ou criar a sua própria vida.
Antes de me chamar de louco, pense sobre isso por um instante. Diga-me como é o seu dia, hoje. Quanto tempo você passa em frente ao computador, no celular, no iPad, em frente à televisão? Muito? Então me desculpe, mas você também pode estar perdendo o seu cérebro

Às vezes, temos alguns lapsos que nos fazem perceber o que está acontecendo. Então, tentamos ser mais produtivos, lutamos contra a caixa de e-mails, mas acaba sendo em vão. O pequeno pedaço de cérebro que nos resta parece nunca conseguir ganhar. Como todo vício, parecer ser impossível parar, mas não é. Este é o momento certo para encontrar seu cérebro!

Jill Koneath, autora do livro Snap selling, disse que, certa vez, viu-se correndo sem sair do lugar. Simplesmente indo a lugar algum. Até que decidiu se afastar de tudo isso. Foi para um lugar onde não tinha telefone nem sinal de celular. E também não havia acesso à internet.
Os primeiros dias foram terríveis. Aquela vontade matadora de olhar os e-mails, de saber se alguém tinha ligado, o que estava acontecendo com as pessoas. Mas, surpreendentemente, após três dias, seu cérebro começou a voltar.
Ideias criativas começaram a aparecer! Coisas divertidas vieram, assim como novas perspectivas. Ela escrevia tudo em um papel, para que não se esquecesse de nada e também para liberar o cérebro para que novos pensamentos viessem.
Após alguns dias sem tecnologia, Jill voltou à sua vida normal, mas decidiu fazer pequenas – e ao mesmo tempo grandes – mudanças em prol da sua produtividade e felicidade.
Veja como foram coisas simples e que você pode começar a implementar hoje mesmo em sua rotina:


• Limitar o acesso à internet a três horas por dia, no máximo. Recuse-se a deixar a internet destruir sua criatividade e sua capacidade de resolver problemas.


• Fique inacessível por pelo menos uma hora por dia (ninguém conseguirá falar com você). Nesse momento, dedique-se a fazer a tarefa mais importante da sua lista de “a fazer” do dia. Pense com calma, levante possibilidades e melhorias. Para fazer o seu trabalho com maestria, você precisa proteger o seu tempo.
• Tenha sempre um projeto divertido em andamento, pois ele lhe dará energia para resolver todos os outros.
• Fique focado na tarefa que você está realizando. Em apenas uma delas. Essa é uma das coisas mais difíceis, porque é muito comum cedermos às distrações.


Talvez você ainda não tenha perdido o seu cérebro. Nesse caso, proteja-o com todas as suas forças. Mas se você é como eu, seu cérebro já foi severamente impactado. Eu proponho então que você pare, neste momento, e exija que ele volte. Feche seu e-mail, desligue seu celular e fique esperando até ele voltar.
Adapte a lista acima, crie a sua própria, faça como quiser. Mas, por favor, saia do modo automático ou desta esteira em que você está. Se for para correr, que seja para ir a algum lugar. Recentemente, criei uma lista com três perguntas simples – e poderosas – que me forço a responder todos os dias:
1. O que fiz de mais produtivo hoje?
2. O que fiz de concreto para melhorar meus resultados?
3. Que passo foi dado, hoje, em direção a um dos meus sonhos?
Se consigo responder a essas perguntas, sei que meu cérebro esteve comigo o dia todo. E a diferença é enorme!
Chame seu cérebro de volta! Prometo que você será tomado por uma sensação incrível de produção, de energia e de realização. Sentimentos que, depois de experimentados, são ainda mais viciantes.


(Gostaria de compartilhar com vocês o artigo do www.gestaoemvendas.com.br pois achei muito interessante e util.)  

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