segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Conheça um pouco da história de Nuno Narezzi no Motocross

O jornal DESTAQUE fez uma matéria comigo e gostaria de compartilhar com todos, para quem gosta e curte motocross, boa leitura!


Criado dentro do esporte, o empresário Nuno Narezzi é considerado um ícone do Motocross Profissional em Indaiatuba e região. Foram 18 anos competindo no meio profissional, sempre integrando o time oficial da Honda. Cinco vezes Campeão Brasileiro e nove vezes Campeão Paulista, ele revela que conquistou tudo o que têm graças ao esporte. Em meados de 1982/83, com 15 anos de idade, Nuno iniciou as competições regionais (eram cidades próximas como Rio Claro, Jundiaí e Sorocaba), logo depois os campeonatos brasileiros e aos 17 anos começou a participar de mundiais.
Nuno sempre foi ligado em esportes, antes de começar com o motocross ele praticava corrida, natação e bicicross. Devido à grande paixão do pai pelo motociclismo, o atleta conta que desde criança frequentava muitas corridas. "Sempre estive envolvido e isso ajudou. Comecei a andar de moto com 8 ou 9 anos e nessa época isso era uma loucura! Comecei por lazer e depois se tornou sério".
Falando sobre equipe, ele explica que por mais que a vitória dependa do desempenho do piloto na hora da corrida, o esporte não deve ser considerado individual. "Sempre existe uma equipe estruturada por trás, fundamental para o sucesso. São muitas pessoas que fazem parte disso [vitória]. Quando você ganha uma corrida ou conquista um título, o mérito não é individual, mas sim de toda a equipe".
Quanto às dificuldades, ele relata que sempre foi motivado pela família em todos os aspectos, principalmente durante a recuperação de fraturas ocasionadas pelo esporte. Outro desafio era manter o bom funcionamento de sua moto, o que envolvia mão de obra especializada. "O problema maior era financeiro mesmo. Neste sentido, atingi um bom nível no final da carreira. Eram usadas aproximadamente 6 a 8 motos por ano".
Um esporte radical
O motocross é um esporte motor radical e o praticante precisa de muita preparação física e psíquica. A rotina de Nuno enquanto competia era muito intensa, com treinos diários de ciclismo, corrida e musculação. Nesta época, as provas/baterias dos campeonatos paulista e mundial eram iguais em tempo de duração. As instruções oferecidas ao piloto eram feitas por um orientador formado em Educação Física, sem especialização no motocross. "Não tínhamos profissionais segmentados como hoje... agora tem de tudo, tratamento nutricional, psíquico, médicos especializados, fisioterapeutas, treinadores, além de outras atividades que agregam ao esporte".
Observando as melhorias do esporte, Nuno conta que cresceu o número de circuitos/pistas para realizar os treinos. Segundo ele, até pouco tempo atrás as pistas de treinamento eram todas inadequadas, uma dificuldade para os pilotos. "Hoje existe uma infinidade de circuitos no raio de 50 km. Por exemplo, em Itupeva, a pista do Calango Cego e em Salto a pista do Ranca Toco, além de muitas outras". Outra melhoria é a visibilidade midiática do esporte de forma positiva e bem distribuída entre os veículos de comunicação, principalmente na internet. Nos tempos de ascensão do piloto, ele conta que dependia muito da mídia escrita em escala nacional para conseguir patrocínio e dar continuidade nas competições. "Tive muitos patrocinadores como a Honda (principal), a Móbil, Pirelli entre outros. A imprensa local sempre me apoiou, mas para chegar aos olhos destes patrocinadores, a imprensa nacional era uma grande aliada, de difícil acesso."
Sobre os atuais campeonatos, Nuno destaca a importância das competições regionais, também conhecidas como bases. "Hoje o Paulista não tem mais tanta força devido à queda de patrocinadores, que hoje se concentram mais no Brasileiro e Mundial. Para quem está começando, os melhores campeonatos são os de base, como a Copa São Paulo, a Copa Xtreme Racing e a Copa Dirt Action, que acontecem todo final de semana" - isso considerando apenas o estado de São Paulo. Segundo ele, as bases oferecem melhores condições de treino e estrutura para o atleta de forma mais acessível.
O Piloto
Para praticar o motocross é preciso ser "completamente desprendido". Outra característica fundamental é ter equilíbrio emocional. "Muitos pilotos falam que tem que ter coragem, mas na verdade o que o atleta precisa é de preparo. Deve conhecer seu espaço e seus limites (pessoais, da moto e da pista). Eu mesmo, nunca andei no limite. Penso que arriscar demais é por em risco tudo aquilo que aprendi. Arriscar demais pode trazer conseqüências irreversíveis. Por isso, não seja corajoso, mas sim, esteja preparado!".
Para os interessados no esporte off road (motoross, trilha e enduro), Nuno deixa a dica: "Hoje, o acesso ao mundo off road está super acessível, muito mais fácil. Mas para chegar ao nível nacional ainda é preciso muita dedicação e muito esforço. Penso que se a pessoa gosta e tem isso como um sonho, ela deve tentar."
Nuno já disputou muitas etapas do mundial (dentro e fora do Brasil) e parou de competir aos 33 anos. "Não me arrependo de nada. Fui muito além do que eu imaginava para minha carreira. Tenho muitas lembranças boas, mas a principal foi minha 1ª vitória no Campeonato Brasileiro, em 1991... neste dia alcancei a meta que eu tanto almejava".